Édipo o complexo do qual nenhuma criança escapa.
Carla Eloisa dos Santos
Daniela de Cássia Silva de Aguiar
Eduardo José Kempczinski
Ivoneti Loes Wild
Faculdade Metropolitana de Blumenau – FAMEBLU
Disciplina: Teoria e Técnicas Psicanalíticas.
Professora: Juçara Clemens
Curso: Psicologia
Turma: PSI-23
Período: 2010/1
Nos dias atuais, a falta da figura paterna gera graves conseqüências e até mesmo o aumento da infração de crianças e de adolescentes.
Sigmund Freud traz um de seus principais estudos sobre o inconsciente humano;
“O Complexo de Édipo” publicado pela editora Zahar, que é rico em significados.
Convidamos você, caro leitor deste blog, há conhecer um pouco mais sobre esta experiência;
Na primeira infância, a imagem que a criança tem de seus pais é muito importante para sua formação. O amor e a sexualidade não são coisas distintas nas crianças, elas fazem parte de um único sentimento. A forma como a criança lida com essa fase edípica é transportada para seus futuros relacionamentos amorosos e daí vem à importância de uma boa explicação.
O complexo de Édipo aparece entre os 3 e os 5 anos de idade. Seu declínio marca a entrada num período de latência, e sua resolução após a puberdade concretiza-se num novo tipo de escolha de objeto.
O complexo de Édipo é, antes de tudo, uma fórmula para expressar o desejo infantil com referência ao pai e à mãe, e para expressar o conflito que este desejo faz surgir, desempenhando um papel fundamental na estruturação da personalidade e do desejo humano.
Este complexo é inconsciente, ou seja, não temos controle dele. Como ele é inconsciente, acaba se transformando e aparecendo em outras relações.
Em outras palavras como exemplo, uma menina tem ciúmes da mãe e deseja a atenção paterna, porém se frustra quando descobre que a mãe não tem o órgão sexual igual ao do pai, e logo também não poderá lhe dar um no futuro.
O conceito de libido está intimamente ligado à noção de sexualidade enquanto busca de prazer, sendo que esta fantasia fica recalcada no inconsciente e prepara a criança para o seu papel sexual na vida adulta.
Após a dissolução do complexo de Édipo na estrutura neurótica, a criança passa então a vivenciar idéias de que não é o centro do mundo: “meu pai não existe somente em função de mim.”
Sendo assim, uma resolução satisfatória desse conflito depende de uma boa estruturação da personalidade, com isto, convido você leitor a explorar, a conhecer e a entender esses sentimentos que a criança experimenta durante essa fase sexual, através do livro “Complexo de Édipo” de forma fácil de assimilar e com bons exemplos.
Falando em exemplos, trouxemos um pequeno glossário psicanalítico, com seus significados para melhor compreensão de sua leitura.
Glossário;
Complexo: “Conjunto de sentimentos e representações, parcial ou totalmente inconscientes, dotado de uma potência afetiva que organiza personalidade de cada um, marca seu afetos e orienta suas ações.” (Chamama, 1995, p. 33)
Édipo: “1.Conjunto de investimentos amorosos e hostis que a criança faz sobre os pais durante a fase fálica. 2. Processo que deve conduzir ao desaparecimento desses investimentos e sua substituição por identificações” (Chamama, 1995, p. 55)
Pré – Édipo: “Diz-se da fase da relação da criança com sua mãe que antecede sua entrada o Édipo. A presença, desde o início da vida, da estância paterna, obriga relativizar essa noção.” (Chamama, 1995, p. 166)
Falo: “O falo não é o pênis enquanto órgão. O falo é um pênis fantasiado, idealizado, símbolo da onipotência e de seu avesso, a vulnerabilidade. “(J.-D. Nasio, 2007; p.22)
Incesto: “Relações sexuais entre parentes próximos ou afins. Segundo, Freud, o incesto é sempre desejado inconscientemente.” (Roland Chemama, 1995; p.105).
Prazer: “Princípio que reage o funcionamento psíquico, segundo qual a atividade psíquica tem por finalidade evitar o desprazer e buscar o prazer” (Chemama, 1995, p. 164)
Zona Erógena: “A fonte é um representante pulsional cujo conteúdo representativo corresponde a uma região do corpo muito sensível e excitada, chamada zona erógena.” (Nasio, 1999, p.46)
Narcisismo: “Amor que o sujeito atribui a um sujeito muito particular: a si mesmo.” (Chamama, 1995, p. 139)
Histeria de conversão: “Resulta da concentração de toda carga de angústia inconsciente no corpo, provocando assim uma disfunção somática (enxaqueca, vertigens, dores e etc.)” (Nasio, 2007, p.114)
Castração: “Em psicanálise, o conceito de “castração” não corresponde á acepção habitual de mutilação dos órgãos sexuais masculinos, mas designa uma experiência psíquica completa, inconscientemente vivida pela criança por volta dos cinco anos de idade, e decisiva para a assunção de sua futura identidade sexual.” (J.-D. Nasio, 1997; p. 33)
Angustia: “Afeto de desprazer maior ou menor, que se manifesta, em um sujeito, em lugar de um sentimento inconsciente, na espera de alguma coisa que não pode nomear.” (Roland Chemama, 1995; p.14)
Gozo: “Diferentes relações com a satisfação que um sujeito desejante e falante pode esperar e experimentar, no uso de um objeto desejado.” (Roland Chemama, 1995; p. 90)
Referências:
NASIO, Juan David. Édipo: o complexo que nenhuma criança escapa. Zahar: Rio de Janeiro, 2007.
NASIO, Juan David. O Prazer de Ler Freud. Zahar: Rio de Janeiro, 1999.
CHEMAMA, Roland. Dicionário de Psicanálise. Artmed: São Paulo, 2ed, 1995.